sexta-feira, julho 31, 2009

O Rio e o Seu Segredo


Dos campos de Mao a Johann Sebastian Bach:
o destino de uma mulher excepcional


Pequim, 1969. Zhu Xiao-Mei, filha de burgueses cultos, tem de enfrentar a revolução maoista com o estigma que é o seu dom precoce para o piano e a paixão pela música decadente: Schumann, Mozart, Bach. É nessa altura enviada para um campo de reeducação, uma vez que é necessário erradicar dela todo o desejo que não seja o de morrer por Mao.
Os anos passam... e Xiao-Mei torna--se uma boa revolucionária. Contudo, um dia, descobre no campo um velho acordeão. Arrisca alguns acordes, e surgem algumas notas de música. Como que por encanto, o tempo perdido desvanece, os sonhos regressam e a esperança renasce. Xiao-Mei promete a si própria voltar a tocar piano.
Mas faltavam-lhe ainda dez anos para atingir o seu desígnio, uma década de sofrimento, de luta, de exílio. Hoje, Zhu Xiao-Mei é conhecida no mundo inteiro como uma virtuosa pianista. Este é um testemunho emocionante de uma mulher esmagada pela revolução cultural chinesa e salva pela música.


Grand Prix des Muses 2008

A autora: Zhu Xiao-Mei

Zhu Xiao-Mei nasceu em Xangai em 1949 numa família de artistas. Iniciada na música desde muito cedo, começou a tocar em Pequim aos 6 anos na rádio e na televisão. Aos 10, entrou na Escola Nacional de Música para crianças sobredotadas. Interrompeu os estudos durante os anos da revolução cultural, passando cinco anos na fronteira da Mongólia num campo de trabalho onde, graças a algumas cumplicidades, conseguiu aperfeiçoar às escondidas a sua habilidade com o piano. Em 1979, com abertura que se seguiu à visita de Isaac Stern à China, conseguiu partir para os Estados Unidos. Em 1985, fixou-se em Paris, actuando em numerosos concertos em França e no resto da Europa, para além da América e da Austrália. Depois de 1994, passou a ser regularmente convidada pelo teatro municipal de Paris e pelo Teatro Colón em Buenos Aires, concedendo recitais unanimemente aclamados pela imprensa. Possui diversas obras em CD, interpretações de compositores como Bach, Schumann e Schubert. É professora no Conservatório Nacional Superior de Música de Paris. Divide o seu tempo entre as actividades pedagógicas e os seus inúmeros concertos. Em 2008, venceu o Grand Prix des Muses por este livro.

Editora: Guerra e Paz

domingo, julho 19, 2009

Geopolítica nº 3 - O Coração da Eurásia Contra o Resto do Mundo


Já saiu o nº 3 da revista de Geopolítica, uma edição do Centro Português de Geopolítica, que sem desprimor pelos restantes autores, conta com uma análise geopolítica sobre a Eurásia de Loureiro dos Santos, e uma reflexão da minha autoria sobre o investimento chinês no porto de Gwadar e o correspondente crescendo do poderio naval da China em toda aquela região.

"O Coração da Eurásia Contra o Resto do Mundo - Ensaio de Geopolítica e Relações Internacionais", pp. 17-50.

"O Porto Paquistanês de Gwadar no Enquadramento Geopolítico da República Popular da China", pp. 221-251.

CPG

Xinjiang: China's Muslim Borderland


Xinjiang, ou o “Novo Território”, também conhecida por Turquestão Oriental, representa um sexto do total do território chinês. Absorvido pela China durante a dinastia Qing (1880s) e reconquistado por Mao em 1949, esta região turco-muçulmana está no cruzamento entre, o Afeganistão, kasmira, a Mongólia e o Tibete.

Este é um livro imperdível para quem quiser conhecer com maior detalhe esta região, num esforço colectivo de vários autores, que nos mostram uma visão multifacetada entre a história, a cultura e a política.

Refere David M. Lampton sobre a obra:

"Ruthlessly honest, comprehensive, and comparative, this volume is a model of collaborative research. The day it is published is the day it will become the standard work on the subject."

M.E.Sharpe

Historia de la filosofía china


Uma panorâmica da filosofia chinesa desde o seu início no século VI aC até o século XX, numa análise das relações do pensamento com a política e as condições sociais de cada época. Trata-se de impressionante retrato das doutrinas do Confucionismo, Taoismo e das escolas filosóficas budistas.

Herder Editorial

segunda-feira, julho 13, 2009

Chu En-Lai: O último Revolucionário Perfeito


A primeira grande biografia de um dos dirigentes mais importantes e míticos da história da China comunista.

A primeira manifestação de Tiananmen é em 5 de Abril de 1976, a seguir à morte de Chu Enlai. Para protestar contra Mao Zedong e o "Bando dos Quatro", os estudantes de Pequim decidem prestar homenagem ao primeiro-ministro que tentara conter os piores excessos do terror maoísta.
Chu Enlai morre meses antes de Mao. A ordem devia sido inversa, para evitar os riscos de tomada do poder pelo "Bando dos Quatros". Com efeito, a crise de sucessão começa logo a seguir à morte de Chu, com a demissão de Deng Xiaoping, que consegue sobreviver à Revolução Cultural e regressar, em 1972, como vice-primeiro-ministro. Mao escolhe Hua Guofeng para lhe suceder, mas o chefe dos serviços secretos, demasiado novo, só consegue resistir com o apoio da velha guarda, nomeadamente os "quatro marechais" do Exército Popular de Libertação. Dois anos depois, o "Bando dos Quatro" está na prisão e Deng assume a sua posição como principal dirigente do Partido Comunista e da Comissão Militar Central. Em Dezembro de 1978, o Partido aprova as "Quatro Modernizações", o programa apresentado por Chu, em Janeiro de 1974, que se vai tornar o simbolo das reformas na China nos últimos trinta anos.


Crítica: Ípsilon (Público)
Editora: Pedra da Lua