sexta-feira, agosto 22, 2008

Paragem!

Uma paragem na ECPR de Barcelona. Esperam-se boas discussões. Até já!

The Beijing games and America's new Sputnik moment


The Beijing games and America's new Sputnik moment
By Jamie F. Metzl

August 8, 2008, may someday be remembered as the first day of the post-American era. Or it could be remembered as another "Sputnik moment," when, as with the Soviet foray into outer space in 1957, the American people realized that the country had lost its footing and decided it was time for the United States to get its act together.

There was no mistaking the power and symbolism of the opening ceremonies for the Beijing Olympic Games on August 8. That multimedia spectacular did far more than trace China's 5,000-year history; it was a statement that China is a major civilization that demands and deserves its rightful place in the global hierarchy.

There was also no mistaking the symbolism of seeing President George W. Bush, waving cheerfully from his spot in the bleachers while Chinese President Hu Jintao sat behind what looked more like a throne. It is hard to imagine that China's government, which obsesses over every minute issue of diplomatic protocol, had not orchestrated this stark image of America's decline relative to the country to which it owes $1.4 trillion. It would be hard to imagine Franklin Delano Roosevelt or Ronald Reagan accepting a similar relative position.

The Daily Star

quarta-feira, agosto 20, 2008

Morreu Hua Guofeng

PEQUIM (AFP) — Hua Guofeng, primeiro sucessor do líder comunista chinês Mao Tsé-Tung depois da morte do "Grande Timoneiro" em 1976, faleceu nesta quarta-feira, em Pequim, aos 87 anos, informou a agência Nova China, sem informar se a morte se deu por causas naturais.

Nascido em 1921, entrou para o Partido Comunista Chinês no fim dos anos 30, durante a guerra contra os invasores japoneses. Atuando como vice-primeiro-ministro em meados dos anos 70, Mao o designou como seu sucessor.

Sua era, no entanto, durou pouco, pois cinco anos depois foi substituído por Deng Xiaoping, que colocou à frente do governo e do Partido os homens com os quais lançaria as grandes reformas econômicas da China.

Em 1980, foi substituído por Zhao Ziyang no cargo de primeiro-ministro e, em 1981, por Hu Yaobang à frente do PC chinês. Em 1982, perdeu seu posto no Birô Político, apesar de continuar como membro do Comitê Central do Partido.

Hua se aliou com o grupo de Deng para acabar com a chamada "Camarilha dos Quatro", liderado pela viúva de Mao, Jiang Qing, que pretendia prosseguir com a política ultracoletivista da Revolução Cultural (1966-1976). A "Camarilha dos Quatro" foi presa em outubro de 1976.

Maoísta moderado, Hua tentou impulsionar uma abertura progressiva da economia chinesa, mas foi atropelado pela dinâmica de uma sociedade saturada por dez anos de perseguições e vinte anos de dificuldades económicas.


Fonte: AFP

segunda-feira, agosto 18, 2008

Medalha de prata para a China no consumo de energia



Global energy consumption growth remained robust in 2007, driven by above-average economic growth and despite continued high prices
OECD countries are showing the most significant reaction to continued high energy prices.

Divergent price movements, between fuels and regions, affected energy market developments in 2007. Crude oil prices rose for a sixth consecutive year – the longest unbroken period of growth in our data set. Natural gas prices increased modestly except in Europe, where spot prices fell substantially. For a second consecutive year, steam coal prices fell in North America but increased elsewhere.

Energy developments

World primary energy consumption increased by 2.4% in 2007 – down from 2.7% in 2006, but still the fifth consecutive year of aboveaverage growth. The Asia-Pacific region accounted for two-thirds of global energy consumption growth, rising by an above average 5% even though consumption in Japan declined by 0.9%.


North American consumption rebounded after a weak year in 2006, rising by 1.6% – double the 10-year average. Chinese growth of 7.7% was the weakest since 2002, although still above the 10-year average (as was China’s economic growth). China again accounted for half of global energy consumption growth. Indian consumption grew by 6.8%, the third-largest volumetric increment after China and the US. EU energy consumption declined by 2.2%, with Germany registering the world’s largest decline in energy consumption.


Fonte: BP

O neoconfucionismo



A China recuperou a sua paixão pelos ensinamentos
de Confúcio. A responsável? Uma professora universitária de 43 anos que aproximou o filósofo chinês da cultura popular. Unânime? Claro que não. Por Joana Amaral Cardoso para o Jornal Público.

Ela é uma estrela pop à boleia de Confúcio e destronou Harry Potter. Yu Dan, uma professora universitária de Comunicação e Media, goza há dois anos de uma popularidade gigantesca, à escala de toda a China, por causa das suas palestras televisivas e do livro que descodifica e põe ao serviço do quotidiano os Analectos de Confúcio, antologia de textos e máximas do sábio chinês.
Yu Dan tem 43 anos e uma filha, que muitas vezes lhe serve de exemplo nas adaptações que faz dos ensinamentos de Confúcio, com 2500 anos, à vida dos chineses do século XXI. Não é uma perita em Confúcio, insiste, e sim em comunicação de massas. No entanto, tornou-se uma espécie de tele-evangelista do confucionismo depois de a terem contactado, em 2006, no Departamento de Estudos de Cinema e TV da Universidade Normal de Pequim, em busca de alguém que pudesse fazer sete palestras no espaço Lecture Room da CCTV, a televisão estatal chinesa, sobre o filósofo Kong Fuzi, nome chinês do pensador do século VI a.C. (551-479).
No horário nobre do ano - à hora de almoço da semana de feriados nacionais em que os chineses se recolhem em casa - conquistou um povo que está mergulhado em tendências ideológicas e sociais contraditórias e que se interessa cada vez mais por aquilo a que chama a "febre dos estudos nacionais", a vontade de conhecer tudo o que diz respeito à China clássica.
O livro que resultou das palestras, Insights on the Analects (China Pulishing House), vendeu mais de quatro milhões de exemplares em quatro meses - hoje já ultrapassou os dez milhões - retirando Harry Potter do top das livrarias, e atraiu mais atenção na China do que qualquer outro livro publicado desde o Livro Vermelho, de Mao Tsé Tung, diz Daniel A. Bell, professor de filosofia política da Universidade de Tsinghua, em Pequim.
"O programa captou o interesse do público e ressuscitou o glamour da história chinesa e da cultura tradicional", reconhece Yi Zhongtian, professor de Literatura e História na Universidade de Xiamen, no LA Times. Mas o trabalho mais aprofundado deve ficar para os historiadores e não para a psicologia take-away, defende.

The future belongs to Russia and China



China. The 2008 Beijing Games this week joined the 1956 Melbourne Olympics, the 1968 Mexico City Olympics, and the 1980 Moscow Olympics. These four Olympiads were overshadowed by Russian attacks on neighboring countries that Moscow deemed overly independent. The timing of the attacks on Hungary, Czechoslovakia, Afghanistan and Georgia was not coincidental: In the United States, Olympic years are also election years. And when Uncle Sam is heading for the ballot box, he is weak, and cannot prevent a Russian bear from devouring. For the fourth time in half a century, the Russian bear emerged from Olympic hibernation and feasted to his heart's content.

Russia. The Georgians liken the Russians to the Nazis. They believe Ossetia and Abkhazia of 2008 resemble the Sudetenland of 1938. As far as they are concerned, Vladimir Putin is Hitler, ripping chunks out of a neighboring democracy to destabilize and vanquish it.

Haaretz

Quem vê caras, vê campeões...

Pequim 2008

quinta-feira, agosto 14, 2008

Yanqing Chen, a campeã olímpica que é mais forte do que os homens de Portugal


A chinesa, que levanta mais peso do que os campeões masculinos portugueses, tornou-se ontem na primeira mulher a ter duas medalhas de ouro no halterofilismo

É apropriado que a competição de halterofilismo esteja a disputar-se no Ginásio da Universidade de Aeronáutica e Astronáutica de Pequim. É quase preciso ser um cientista de foguetões para perceber como é possível que Yanqing Chen, de 57kg, consegue levantar quase duas vezes e meia o seu próprio peso. A chinesa tornou-se ontem na primeira halterofilista a conseguir duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos, repetindo o triunfo de Atenas nos 58kg.

Fonte: Público

Comparar o incomparável



Diz Mário Soares: (...)"os Jogos Olímpicos de Pequim não se podem - nem devem - comparar com os Jogos de Berlim, nas vésperas da II Guerra Mundial. Neste caso havia um país totalitário dominado por um ditador, Hitler, que se preparava activamente para dominar a Europa. Aqui, a China, não está a ponto de desencadear nenhuma guerra. É um país emergente, que quer ser reconhecido e respeitado como tal, apesar dos inúmeros problemas internos - e contradições que não conseguiu ultrapassar - e que requerem tempo, prudência e paz para digerir.

Por isso o Presidente Sarkozy foi leviano - tanto mais exercendo a presidência da União Europeia - ao afirmar que não estaria presente na abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim por causa do Tibete e de outros atentados aos direitos humanos, quando esteve presente, tendo de dar o dito por não dito. O que começa a acontecer-lhe com demasiada frequência."


Fonte: Diário de Notícias

Talking to Taiwan's New President


In the less than three months Ma Ying-jeou has been Taiwan's president, relations between Taiwan and China have arguably seen the most rapid advancement in the six-decade standoff between the two governments. Ma launched direct weekend charter flights between China and Taiwan for the first time, opened Taiwan to mainland tourists, eased restrictions on Taiwan investment on the mainland and approved measures that will allow mainland investors to buy Taiwan stocks. Yet the road towards his ultimate goal — peaceful relations with Beijing — is still fraught with political challenges. Ahead of his first international diplomatic trip, Taiwan President Ma Ying-jeou, 58, spoke with TIME's Zoher Abdoolcarim and Michael Schuman on relations with China, the economy and his domestic political problems.

Fonte: Time

quarta-feira, agosto 13, 2008

Novas e velhas esquerdas



A panela do PCC vai cozinhando as políticas do país, com mais ou menos tempero, conforme os ingredientes internos. Um artigo muito interessante de José Carlos Matias no Hoje Macau

"À primeira vista, o debate ideológico na República Popular da China está moribundo. O Partido Comunista Chinês (PCC) “desincentiva” a expressão pública de vozes dissonantes que atacam ferozmente a linha oficial e imprime o ritmo de manufactura da semântica que mantém viva a perspectiva da construção do “socialismo com características chinesas”. Não deixando de ser assim, ao longo dos últimos 18 anos têm sido publicados artigos e livros na China que destoam da retórica oficial e que colocam em causa a forma como “a economia de mercado socialista” está a ser construída.
As vozes que têm mais eco no exterior são as que defendem posições liberalizadoras quer politica quer economicamente: os “desvios de direita”, na linguagem clássica Maoísta.
Do outro lado do espectro, encontramos intelectuais que apontam o dedo à via capitalista seguida pelo governo central por esta estar a contribuir para a desintegração das redes sociais e a desvirtuar a natureza do estado socialista fundado em 1949. Neste campo, destacam-se duas linhas “esquerdistas”: os Neo-Maoístas e a “Nova Esquerda”. Os primeiros perderam muito do fulgor que os caracterizou na década de 1990, ao passo que os segundos têm emergido como um movimento com alguma influência junto do governo central e da liderança do PCC".

quarta-feira, agosto 06, 2008

A febre do Ouro



À semelhança do que fez a União Soviética no auge da guerra fria, a China pretende ganhar mais medalhas de ouro que os Estados Unidos, isto como forma de alimentar o seu nacionalismo interno. Cada um à sua maneira, chineses e americanos defendem que os seus respectivos sistemas são os melhores para a produção de sucessos desportivos: o autoritarismo chinês versus o liberalismo americano.

Fonte:The New York Times

Macau, português e sucessão - Entrevista a Carlos Monjardino


É uma decisão fácil diminuir ou cortar subsídios, por exemplo à Escola Portuguesa de Macau ou ao Instituto Português do Oriente?Não, claro que não.

Uma decisão tomada com que critérios?
É tomada com vários critérios. Para já, quando assumimos a nossa parte no Instituto Português do oriente (IPOR) e na Escola Portuguesa de Macau não foi para sempre. Assumimo-la durante uns anos, sobretudo no que diz respeito à Escola. O IPOR é diferente: foi a própria fundação que o criou; está mais balizado e mais controlável. Para a Escola Portuguesa pagávamos uma percentagem. Para responder à sua questão, não é uma decisão de todo fácil, mas não podemos ficar escravos de instituições que se vão prolongando no tempo e que são mais uma responsabilidade do Estado do que de uma fundação privada. Fomos avisando que não podíamos continuar eternamente nesta situação; e fomos dando algumas indicações relativamente ao que se devia fazer, nomeadamente para alterar situações que estavam um bocadinho incrustadas, principalmente na Escola Portuguesa . Esta escola tem todas as vantagens de uma escola privada, sendo pública: os pais pagam propinas que são muito baixas.

Está a sugerir que é preciso um novo modelo para a escola?É evidente que tem de ser uma escola internacional. Não faz qualquer sentido que seja uma escola só portuguesa.

Abandonando a ideia da importância do ensino do português nessa escola?Não, não. Ninguém vai abandonar o ensino do português, mas tem de se ensinar obviamente o inglês e certamente o mandarim. Não podemos andar a fingir que ainda temos a realidade anterior a 1999.

Que utilidade pode ter ainda o português na região?
De acordo com o Estatuto de Macau, ainda tem, e terá que ter, durante algum tempo. A Escola (Portuguesa de Macau) é um pouco diferente do IPOR. A Escola tem jovens que pretendem vir para Portugal fazer o seu curso universitário, filhos de expatriados portugueses que lá estão ou de macaenses que pretendem seguir a carreira por cá. O IPOR tem bastantes alunos mas é, como sabe, um ensino não curricular do português, para determinadas profissões em que o português ainda é preciso em Macau – e digo “ainda” pesando muito bem o que estou a dizer...

Quando o português deixar de ser preciso…Aí, não há nada a fazer.

Os leitores desta entrevista não conseguem ver a expressão que fez agora. Quer verbalizar essa expressão do rosto?
É triste verificar esta situação. No outro dia, alguém estava a fazer um comentário na Assembleia Legislativa de Macau sobre o atraso da publicação das leis e uma das razões dadas foi que tinham de ser passadas para português. Quando as coisas começam a ficar assim, conhecendo eu minimamente aquele mundo, já se estão a preparar razões para que, um dia, o português seja deixado cair.

Diria que em Macau já estão à procura de pretextos para deixar cair o português?Eu acho que já se começa a falar nisso, embora de uma forma pouco clara.

Por parte das autoridades da região ou da República Popular da China?Nas autoridades da região, há sempre um ou outro que fala nisso. Dentro da Assembleia Legislativa, há uma quantidade de facções e, portanto, há sempre alguém que vem falar na língua portuguesa – não gosta dos portugueses ou da língua portuguesa.... Agora, quando isso começa a ser dito de uma maneira mais pública, é preocupante.

São declarações caucionadas pelo governo chinês?Sabe que, às vezes, mesmo para mim é extremamente difícil saber se isto está ou não caucionado pelo governo chinês, mas eu presumo que não estará.

É mais um balão de ensaio?
É uma espécie balão de ensaio, mas é mau que isto aconteça, porque há interesse no ensino e na aprendizagem do português, nomeadamente para chineses que querem ir para países como o Brasil, onde estão aos milhares, ou Angola, onde também há milhares. Portanto, há claramente um mercado, chamemos-lhe assim, mas quando forem criadas as estruturas na China propriamente dita, dentro das grandes cidades, se calhar será menos importante o ensino do português em Macau.

Já pensou num nome que pudesse suceder-lhe na presidência da Fundação Oriente?Já,. Obviamente tenho que pensar nisso, sobretudo porque já fiz 65 anos no ano passado. Já tenho falado com algumas pessoas sobre isso.

Pode partilhar connosco o resultado dessa reflexão?
Não, porque como nada está decidido não me posso pôr a avançar.

Nem sequer avançar um sinal ou um perfil?
Acho que tem de ser alguém que seja, ao mesmo tempo, um razoável gestor e alguém com alguma vocação cultural; sobretudo que apreenda bem tudo o que é actividade cultural.

Será uma solução interna, ou não necessariamente?
Não penso que exista uma solução interna, neste momento. Haverá uma alteração dos outros administradores da Fundação, no final do ano, que vão ser substituídos, por razões de idade – aqui serão soluções internas.

Talvez possam corresponder ao perfil que estava agora a delinear?
Por enquanto não, mas vamos ver. Acho que faria sentido que fosse alguém de fora.

Mas só tem um perfil ou já pensou numa pessoa concreta?
Já pensei numa pessoa em concreto, que exactamente tem esse perfil de que lhe estou a falar.

E que não vai juntar-se à equipa ainda este ano?
Não, ainda não.

Quando é que acha que será o momento certo para o seu sucessor iniciar o “estágio”?Dentro de dois anos.



Para ler a entrevista integral: Diário Económico/PortugalNews

terça-feira, agosto 05, 2008

Guerra Santa em Xinjiang



China: autores do ataque que matou 16 polícias tinham em sua posse propaganda à guerra santa

“No local, a polícia encontrou duas facas utilizadas durante o ataque e documentos de propaganda à guerra santa”, indicou o ministério da Segurança em comunicado.

Os polícias afirmam ter igualmente encontrado no local do atentado, que fez 16 mortos, componentes de engenhos explosivos semelhantes aos que já tinham sido apreendidos durante uma operação policial contra um campo do Movimento Islâmico do Turquistão Oriental, em Janeiro de 2007, em Xinjiang.

Os dois autores do atentado que matou ontem 16 polícias em Kashgar, na província chinesa de Xinjiang (oeste do país), tinham em sua posse documentos apelando à guerra santa islâmica, indicou hoje a polícia chinesa.


Fonte: Público



Para ler mais sobre o tema: A China e seus talibãs. Fonte: Veja