quarta-feira, agosto 30, 2006

Deslocalizar? Não, obrigado!


A empresa têxtil portuguesa Abyss&Habidecor, sedeada em Viseu, quer se tornar uma marca de referência no mercado chinês nos próximos anos. Esta empresa já conta com lojas em Pequim, Xangai, Hangzhou, na província oriental de Zhejiang e em Tianjin.

Segundo Celso de Lemos, o presidente, “o objectivo da empresa é a abertura de novos pontos de venda em toda a China. A ideia é entrar nas cidades médias e no interior do país. Apesar de serem duas cidades importantes, o mercado chinês não é só Xangai e Pequim. A China é tão grande que há muitos outros mercados para aproveitar", considerou.

O curioso é que este empresário não quer falar em deslocalizar a produção, quando tantas outras empresas o fizeram para tirar vantagens competitivas.

Segundo ele, para reter, "a vantagem que a empresa tem em Portugal é a capacidade de adaptação rápida da mão-de-obra a novas exigências", afirmou. "Por isso, nem pensar em transferir. Até agora, só temos ganhado em fazer as coisas de forma diferente da concorrência e vir para a China seria simplesmente seguir a tendência de vir para produzir em massa no mercado onde a mão-de-obra é mais barata".

terça-feira, agosto 29, 2006

China, China, China!



Mais um espaço de opinião (Diário Económico)dedicado à emergência chinesa, com a passagem de vários convidados especializados no tema e tendo em conta as oportunidades de negócio de Portugal na RPC.

Neste primeiro artigo, da autoria de Carmen Amado Mendes, fica o destaque:

"A China representa já cerca de 6% do comércio mundial e deverá constituir-se este ano como a segunda potência comercial mundial"

Artigo Completo: Diário Económico

domingo, agosto 27, 2006

Jogos de Guerra: Tianshan-I



A China e o Casaquistão iniciaram um conjunto de treinos militares, numa operação denominada de Tianshan-I(2006), anunciou o Diário do Povo. Trata-se de um plano enquadrado nos acordos da Organização de Cooperação de Xangai(OCX), tendo em vista a luta contra o terrorismo. Estas manobras, no entanto, podem esconder outros propósitos...

Poderá a OCX, camuflada na luta contra o terrorismo, para além de querer expulsar da Eurásia a presença americana, afirmar-se no plano internacional como uma nova potência?

Sete anos no Tibete



Em tempo de férias, vale a pena rever o polémico filme realizado por Jean-Jacques Annaud – Sete Anos no Tibete. A história passa-se no Outono de 1939, quando o nazismo domina a Alemanha. Heinrich Harrer (Brad Pitt), um famoso alpinista austríaco, e o seu companheiro Peter Aufschnaiter (David Thewlis) decidem escalar um dos picos mais altos do Everest.

Harrer, um egocêntrico, só pensa em alcançar fama e glória. Mas os desaires militares nazis, fazem com que seja aprisionado na Índia. Quando, após várias tentativas, consegue fugir, só tem um destino: o Tibete e a misteriosa cidade de Lhasa.
Enquanto vai absorvendo uma nova e diferente cultura, que o transformará completamente, Harrer torna-se amigo do jovem Dali Lama a quem introduz os costumes do Ocidente. Mas a intervenção chinesa vem pôr fim a esta amizade e conduzir o Dalai Lama ao exílio.

Na altura da estreia (1997), o filme não foi recebido pelo governo chinês, devido às cenas de violência protagonizadas pelas tropas chinesas contra as populações locais. Além disso o Dalai Lama, que é um traidor aos olhos do regime, é mostrado como um herói no filme. Por este motivo, os actores Brad Pitt e David Thewlis, assim como Annaud, estão proibidos de entrar na China.

O filme foi ainda envolvido noutra polémica, a revista alemã Stern revelava que na vida real Heinrich Harrer tinha sido um membro do partido Nazi e um membro das SS austríacas, desvirtuado na película.

quarta-feira, agosto 23, 2006

O Código Zemin



Nos últimos dias milhares de chineses dirigiram-se às livrarias para adquirir o último best seller na China. Não é nenhum livro de Dan Brown, nem o último da saga Harry Potter. Trata-se, nem mais nem menos, das Obras Escolhidas de Jiang Zemin (Selected Works of Jiang Zemin), lançadas no seu 80º aniversário (17 de Agosto).

Após três anos de“descanso do guerreiro”, Jiang Zemin (江泽民) regressa à cena política, ainda que em forma de livro. Muitos analistas acreditam que esta aparição pretende fazer reforçar e relembrar a importância deste presidente na construção da China moderna. Esta iniciativa, aliás, é seguida por grandes políticos mundiais retirados da vida activa. No entanto, na China estas obras pautam-se mais pela parcialidade, falta de rigor histórico, omissão e têm uma função propagandista.


Hu Jintao, o sucessor, já exortou os militantes do PCC a “estudarem” as obras do antigo presidente, considerando-as "o melhor compêndio para aprofundar o socialismo com características chinesas". Pelo menos 71 milhões de exemplares já estão assegurados, ainda que possam ficar a apanhar pó nas prateleiras. Só as forças armadas encomendaram 75 mil exemplares e para as províncias de Guangxi e Sichuan foram enviados 75 mil e 50 mil exemplares, respectivamente.



As Obras Escolhidas reúnem 203 artigos, relatórios, discursos, cartas e outros textos escritos por Jiang Zemin desde 1980 até 2004, o ano em que abandonou a presidência da Comissão Militar Central, o seu último cargo oficial.

Sob a sua liderança, destaca-se, o aprofundar das reformas económicas lançadas por Deng Xiaoping, o regresso de Hong Kong e Macau à soberania chinesa, a adesão da China à OMC e a bem sucedida candidatura de Pequim à organização dos Jogos Olímpicos de 2008.


No plano ideológico, a principal contribuição de Jiang Zemin está associada à chamada "Teoria das Três Representações", que abriu as fileiras do PCC aos empresários e sanciona a conversão do país à economia de mercado.

terça-feira, agosto 22, 2006

A Arte da Guerra



Vale sempre a pena recordar os ensinamentos de Sun Tzu, escritos há 2500 anos. Trata-se de uma das mais fascinantes e importantes obras sobre teoria militar e estratégia na história da humanidade. De leitura obrigatória para muitas gerações de militares, a Arte da Guerra tornou-se um clássico no mundo empresarial, fornecendo aos gestores inspiração para responderem aos desafios com que se vêem confrontados.


Esta edição tem a vantagem de ter sido traduzida por Lionel Giles, a primeira versão canónica deste grande texto a surgir no Ocidente. Além disso, inclui uma introdução e notas do tradutor, comentários de historiadores chineses e valiosas informações bibliográficas sobre este clássico da literatura universal.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Personae non Gratae



O departamento de Segurança Pública de Pequim anunciou a detenção de Gao Zhisheng, devido a "possíveis implicações em actividades criminosas", conforme informa a agência noticiosa estatal "Xinhua". Gao é um advogado conhecido por defender membros da seita religiosa Falun Gong e clientes que denunciam casos de corrupção. Já há algum tempo que tem vindo a ser interpelado pela polícia chinesa. Em Novembro foi obrigado a fechar o escritório e em Janeiro foi alvo de uma tentativa (anónima) de assassinato.



Gao tem defendido vários casos de personae non gratae pelo regime de Pequim, nomeadamente Guo Feixiong, cujo crime foi ter incitado os camponeses em Taishi (Guandong) a revoltarem-se contra o líder corrupto da aldeia; Zheng Yichun, um jornalista e professor, condenado a sete anos de prisão, devido a textos colocados na internet e o pastor Cai Zhuohu, que foi condenado a três anos por “praticas de negócios ilegais”, nomeadamente impressão e venda de cópias da bíblia.


Enfim, enquanto a economia cresce e a China se torna a quarta economia do mundo, ao nível humano está ainda a passar pela idade das trevas. As grandes multinacionais espremem o tutano chinês, as Nações fecham os ouvidos, e o povo paga. Acredito que a viragem económica a Oriente foi positiva para o mundo e para a China, mas já é altura de começar a cobrar as imperfeições desta globalização sem regras.

É preciso não deixar que o fascínio dos números ofusque outras realidades...

sábado, agosto 19, 2006

Sonhar com Xangai



O último filme de Wang Xiaoshuai, o mesmo realizador do aclamado Bicicleta de Pequim, acabou de estrear em Portugal: Sonhar com Xangai. Trata-se de um dos mais conhecidos e talentosos da nova geração de cineastas chineses. O filme, que conquistou o Prémio do Júri no Festival de Cannes (2005), centra o enredo numa história de amor passada na China dos anos 80. Qing Hong é uma jovem de 19 anos, que pertence a uma típica família de Xangai, mas recolocada na província de Guizhou nos anos 60. O seu pai está ansioso para voltar para Xangai, mas para Qing Hong mudar é complicado porque está apaixonada por Hong Gen, um jovem rapaz de uma pobre família local.





"Eu adoro fazer filmes. Trabalho com muitos amigos - fazem parte do meu prazer. O cinema é a minha mulher, a minha familia. Sinto-me bem com ele" Wang Xiaoshuai







Filmografia:The Days (Dongchun de rizi) (1993)

Suicides (Da youxi) (1994)

Frozen (Jidu hen leng) (1995)

So Close to Paradise (Biandan, Guninag) (1997)

A Bicicleta de Pequim (Shiqi sui de danche) (2000)

Suburban Dreams (Menghuan tianyuan) (2000)

After the war (Jeon Jang Keu I Hu) (2001)

Drifters (Er di) (2003)

Sonhar com Xangai (2005)

sexta-feira, agosto 18, 2006

Ladakh



O Ladakh está situado no planalto tibetano, no extremo noroeste da Índia. É uma zona muito remota, com acessos difíceis através das altas montanhas. A neve obstrui as estradas durante cerca de metade do ano. Leh, enclausurada entre altas montanhas, é a antiga capital do reino, também conhecida por Pequeno Tibete. A rua central desta pequena cidade é bastante cosmopolita, cujo bazar é um importante ponto de encontro e de troca de géneros, mas também onde se pode verificar os estilos de vida deste povo.


Foi nesta região inóspita região que em 1962 a China e a Índia (Guerra Sino-indiana) entraram em conflito por possessões territoriais, cujo diferendo ainda não está resolvido. No entanto, as crescentes boas relações entre as partes poderão vir a resolver mais este impasse. A ver vamos!

segunda-feira, agosto 14, 2006

Memórias de Yasukuni



A visita do primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, ao santuário nacionalista de Yasukuni, em Tóquio, veio reacender a crise diplomática com a China. Pequim, que considerou o gesto uma "provocação", anunciou que a deslocação do chefe da diplomacia nipónica ao país, prevista para breve, foi retirada da agenda. Enquanto isso, Tóquio procura colocar àgua na fervura e prossegue o diálogo com Pequim.

A visita ao controverso monumento, onde é prestada homenagem aos 2,5 milhões de japoneses mortos ao serviço da pátria, inclui 14 criminosos de guerra para azia da China e da Coreia do Sul.

Para avivar a memória dos mais esquecidos, ai vai um pequeno livro sobre atrocidades cometidas pelo exército nipónico na década de 30, ainda que considere que não vale a pena andar a cobrar as vicissitudes da história:

domingo, agosto 13, 2006

Ocidente versus Oriente



A revista Time (internacional) dedicou uma edição especial às relações entre o Oriente e o Ocidente, tendo por base a viagem do veneziano Marco Pólo. Os passos deste mercador servem para questionar e explicar a dinâmica das relações globais dos dias de hoje.

"Mais de 700 anos após o mercador veneziano Marco Pólo ter iniciado a sua épica odisseia, o Ocidente e o Oriente estão a dançar um tango que mudará para sempre a forma como vivemos"
Peter Gumbel



East Meets West

sábado, agosto 12, 2006

Os Paradoxos do Valor


Num recente artigo publicado no DN, o economista João César das Neves, numa altura que diariamente se discute a produção de baixo valor vinda da China, esclarece qual o verdadeiro conceito do VALOR:

“O conceito de valor, base da economia, é uma das ideias mais subtis e traiçoeiras da história da ciência. Foram precisos mais de cem anos, até fins do século XIX, para se definirem os seus verdadeiros contornos e mesmo hoje muitos dos que se dizem economistas continuam sem a apreender. Porque aquilo que dá valor a uma coisa não é o seu volume ou peso, a quantidade de esforço nela incorporado, o montante de capital envolvido ou a elaboração técnica da sua produção. O valor depende exclusivamente da utilidade que o público decide atribuir-lhe, do capricho do consumidor.”


Ver artigo completo: A crise, a China e os paradoxos do valor

segunda-feira, agosto 07, 2006

Política Internacional



O último número da publicação Política Internacional(nº30), na linha da frutuosa produção literária sobre o Império do Meio, tem alguns artigos dedicados à China dos dias de hoje, abrangendo questões tão importantes como a geopolítica, a língua portuguesa e as relações com a Europa. Os autores, já conhecidos nestas andanças, Henrique Morais, Luís Tomé e José Carlos Matias.

sábado, agosto 05, 2006

Postal Ilustrado



Lijiang (丽江市) está situada na província de Yunnan e é uma das cidades históricas mais belas da China, proporcionando ao visitante cenários inimagináveis. Tem um passado de mais de 800 anos, tendo um papel importante nas rotas do comércio de chá. É famosa pelos canais e pelas pontes, sendo muitas vezes denominada por a “Veneza do Oriente”. Desde 1997 que Lijiang, juntamente Dayan, Baisha e Shuhe (na região) estão classificadas pela UNESCO como património mundial.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Nathu La



A abertura da fronteira de Nathu La (乃堆拉山口), com a mais alta alfândega do mundo, na fronteira entre a Índia e a China, demonstra o avançar das boas relações entre os dois países. Esteve encerrada 44 anos, após as escaramuças de 1962, devido às pretensões territoriais das duas potências asiáticas. A passagem está situada a 4,310 metros de altitude, tendo sido um importante entreposto na antiga Rota da Seda. A intenção é intensificar o comércio entre os dois países através desta região inóspita e acelerar o desenvolvimento do Tibete (China) e de Sikkim (Índia).

quinta-feira, agosto 03, 2006

Vou à China... Até já!



"O Município de Pequim é enorme e tem mais habitantes do que Portugal, quase 14 milhões, de acordo com o recenseamento de 2001"

Artigo de Opinião de Renato Roldão no Diário Económico.



Deixa algumas dicas para os viajantes/negociantes mais desprevenidos no "planeta mais parecido com a terra": a China.

"É muito importante a primeira impressão que cria no seu interlocutor chinês. Não deve perder a face, deve procurar estabelecer uma “guanxi”, rede de relações pessoais, e deve esforçar-se por aprender algumas palavras de mandarim antes da primeira viagem pois o seu esforço será reconhecido e apreciado. Leve cartões de visita, com o nome em chinês, que não deve arrumar ou tirar do bolso das calças e entregue-os com as duas mãos, inclinando-se ligeiramente para a frente. É um pequeno gesto para a nossa cultura, mas de grande significado para os chineses".